Angola aposta em pequenas empresas para transformação da economia

Source: United Nations – in Portuguese

Headline: Angola aposta em pequenas empresas para transformação da economia

A Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, Unctad, está apoiando Angola na elaboração de uma análise nacional do empreendedorismo e um plano de ação. A parceria acontece através do Instituto Nacional de Apoio às Micro, Pequenas e Médias Empresas, Inapem.

O desenvolvimento de uma estratégia nacional de empreendedorismo em Angola está no topo da agenda política e prevista na estratégia 2050 do país, centrada na diversificação econômica e no crescimento, entre outras prioridades.

Reforço do ambiente empresarial

Também faz parte do Plano Nacional de Desenvolvimento 2023-2027 do governo, a promoção do empreendedorismo e o posicionamento do setor privado como o principal motor do desenvolvimento econômico.

O secretário de Estado do Comércio de Angola, Amadeu de Jesus Leitão Nunes, disse que o objetivo é diversificar a economia para torná-la mais competitiva no mercado internacional. 

Segundo ele, para isso, o país está desenvolvendo “um quadro mais sólido que incentive o empreendedorismo, impulsione a inovação e facilite o acesso ao financiamento”. 

Plano de ação para o empreendedorismo

A estratégia servirá de modelo para fomentar e promover o empreendedorismo em Angola, além de estabelecer uma agenda nacional abrangente para reforçar e apoiar o espírito empresarial, especialmente entre os jovens, e fornecerá um quadro para promover a coordenação entre os principais atores.

A Unctad e o Inapem realizaram um exercício de mapeamento e rondas de consulta a vários intervenientes, resultando num conjunto de pontos de ação. O trabalho baseou-se na metodologia do Quadro de Política de Empreendedorismo da Unctad.

As ações prioritárias incluem a normalização e a simplificação dos regulamentos e dos procedimentos burocráticos, o reforço dos balcões únicos em linha e a disponibilização de informações completas sobre as oportunidades de financiamento.

Igualmente importante é a necessidade de investir na capacidade humana e cultivar uma mentalidade empresarial através de iniciativas de desenvolvimento de competências específicas e da promoção de oportunidades de negócio.

Rumo a empresas sustentáveis

A representante da Unctad, Arletter Verploegh, afirma que “a concepção e implementação de uma estratégia nacional de empreendedorismo não se centra apenas no número de empresas criadas, mas também na sua capacidade de crescer e de se tornar sustentável”. De acordo com ela, “isto requer o envolvimento de várias partes interessadas e um compromisso a longo prazo.”

Verploegh sublinha o potencial transformador do empreendedorismo para impulsionar o desenvolvimento sustentável a nível local e anunciar o crescimento socioeconômico, a inovação, a democratização das tecnologias e a ecologização de uma economia.

Uma estratégia adaptada

Para a Unctad, a libertação de todo o potencial empresarial de Angola exige uma estratégia adaptada aos desafios e oportunidades únicos da nação. Um país menos desenvolvido em vias de sair desta categoria, Angola tinha a oitava maior economia da África em 2022, com um Produto Interno Bruto, PIB, de US$ 107 mil bilhões, de acordo com o Banco Mundial.

Mas é altamente dependente dos setores do petróleo e do gás, com as empresas informais, não registradas, representando cerca de 80% das pequenas empresas ou um terço do PIB de Angola.

O país registra também elevadas taxas de desemprego, especialmente nas zonas urbanas e entre os jovens, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística.

Em 2022, o desemprego foi estimado em 30,2% entre as pessoas com 15 anos ou mais. As disparidades no desemprego são maiores entre as mulheres, com 41,6% nas zonas urbanas contra 14,1% nas zonas rurais.

A expectativa é que a estratégia nacional de empreendedorismo ajude a enfrentar estes desafios e a reforçar a procura de resiliência econômica e crescimento inclusivo de Angola.

MIL OSI

No Conselho de Segurança, Guterres fala de hora de “recuar do abismo” após ataque de Irã a Israel

Source: United Nations – in Portuguese

Headline: No Conselho de Segurança, Guterres fala de hora de “recuar do abismo” após ataque de Irã a Israel

O Conselho de Segurança realizou uma reunião de emergência neste domingo a pedido de Israel, horas após o lançamento de projéteis ao país a partir do Irã.

Nas primeiras declarações feitas na sessão, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, disse que o Oriente Médio está à beira de um conflito total. 

Desarmar e baixar a escalada 

O líder das Nações Unidas disse que as populações da região enfrentam um perigo real de uma arrasadora situação de guerra total, ao enfatizar que é hora de desarmar e diminuir a escalada. Guterres declarou ainda que este é o momento de exercer máxima moderação.

O chefe da ONU citou a solicitação da reunião feita pelo embaixador israelense apontando para “um ataque direto contra seu território” com mais de 200 veículos aéreos não tripulados, mísseis de cruzeiro e mísseis balísticos contra Israel, em clara violação da Carta das Nações Unidas.

Guterres disse ainda que o Conselho tem a responsabilidade partilhada de garantir um cessar-fogo humanitário imediato em Gaza

O representante iraniano também escreveu ao presidente do Conselho de Segurança, afirmando que nas últimas horas de 13 de abril, se país “realizou uma série de ataques militares contra objetivos militares israelenses.”

Ao defender que a região não se deve permitir a uma guerra, Guterres destacou que as partes interessadas têm a responsabilidade de atuar em favor da paz.

Confrontos militares em múltiplas frentes 

Para o chefe da ONU, este é o momento de se recuar do abismo e que isso é “essencial para evitar qualquer ação que possa levar a grandes confrontos militares em múltiplas frentes no Oriente Médio.”

Para Guterres, os civis já estão suportando o peso e pagando o preço mais alto pela atual situação. 

Ao apelar pela responsabilidade coletiva do Conselho, Guterres disse que é preciso envolver ativamente todas as partes para evitar nova escalada” tal como prevê a Declaração de Relações Amistosas de 1970. O documento proíbe atos de represália com o uso da força sob o direito internacional.

Cessar-fogo humanitário imediato

Guterres disse ainda que o Conselho tem a responsabilidade partilhada de garantir um cessar-fogo humanitário imediato em Gaza, a libertação incondicional de todos os reféns e a entrega desimpedida de ajuda humanitária.

O secretário-geral ressaltou ainda que é vital o trabalho comum para acabar com a violência na Cisjordânia ocupada, evitar o agravamento da situação ao longo da Linha Azul e restabelecer a navegação segura no Mar Vermelho.

MIL OSI

OMS pede detecção precoce e cuidados por toda a vida para doença de Chagas

Source: United Nations – in Portuguese

Headline: OMS pede detecção precoce e cuidados por toda a vida para doença de Chagas

Com cerca de 7 milhões de infectados em todo o mundo e aproximadamente 12 mil mortes por ano, a doença de Chagas segue causando sofrimento e desigualdades.

Por isso, para marcar o Dia Mundial da Doença de Chagas, a Organização Mundial da Saúde, OMS, apela por acesso equitativo aos cuidados e serviços de saúde para todas as pessoas afetadas.

40 mil novos casos por ano

O tema para 2024 é “Enfrentar a doença de Chagas: detectar precocemente e cuidar por toda a vida”.

A OMS defende que haja mais financiamento, apoio para o diagnóstico e iniciativas abrangentes de acompanhamento para lidar com os 30 mil a 40 mil novos casos registrados todos os anos.

A doença de Chagas é prevalente entre as populações pobres da América Latina, mas é cada vez mais detectada em outros países e continentes. Estima-se que cerca de 75 milhões de pessoas correm o risco de adquirir a doença.

Devido ao aumento da mobilidade populacional, a maioria das pessoas infectadas vive agora em ambientes urbanos e casos já foram detectados em 44 países, incluindo Canadá, Estados Unidos, muitos países europeus e algumas nações do Pacífico Ocidental, África e Mediterrâneo Oriental.

OMS/TDR /Isaias Montilla

Idosa posando em frente à sua casa em Chagas, no México, onde foram instaladas cortinas impregnadas de longa duração para manter a casa livre dos insetos triamatones

Populações negligenciadas

A enfermidade é frequentemente denominada como uma “doença silenciosa e silenciada”, pois atinge principalmente pessoas e populações negligenciadas e a maioria dos infectados não apresenta sintomas significativos. No entanto, sem tratamento, pode levar a graves alterações cardíacas, neurológicas e digestivas e tornar-se fatal.

A OMS pede por sistemas robustos de vigilância e rastreio, começando ao nível dos cuidados primários. Além disso, a agência pede mais investimentos em pesquisa e desenvolvimento de medicamentos e diagnósticos para combater eficazmente a enfermidade.

O Dia Mundial da Doença de Chagas foi marcado pela primeira vez em 2020. Desde então, a data tem sido usada como oportunidade de conscientização global.

Características da doença

A doença de Chagas pode ser transmitida pelo vírus triatomíneo, que é carregado por insetos vetores, por via oral através de alimentos, durante a gravidez ou parto e por meio de sangue ou derivados sanguíneos, transplante de órgãos e acidentes laboratoriais.

A enfermidade tem cura se o tratamento antiparasitário for iniciado precocemente, na fase aguda. Já na fase da infecção crônica, o tratamento e o acompanhamento podem impedir ou reduzir a progressão da doença e prevenir a transmissão, por exemplo, durante a gravidez e o parto.

Até um terço das pessoas com infeção crônica desenvolvem alterações cardíacas e uma em cada 10 desenvolve alterações digestivas, neurológicas ou mistas que podem necessitar de tratamento específico.

MIL OSI

Banco Africano de Desenvolvimento melhora os Programas Empowering Novel Agri-Business-Led Employment (ENABLE) para Jovens para garantir mais impacto

MIL OSINAIROBI, Quênia, 14 de abril 2024/APO Group/ —

O Banco Africano de Desenvolvimento (www.AfDB.org) concluiu com sucesso um workshop de três dias em Nairobi, no Quénia, com o objetivo de melhorar o seu Programa ENABLE (Empowering Novel Agri-Business-Led Employment) para Jovens, em preparação para a sua próxima fase.

O programa ENABLE Youth ajuda jovens africanos, homens e mulheres, a aceder a financiamento para desenvolverem as suas empresas. Atualmente ativo em 15 países, com investimentos superiores a 490 milhões de dólares, e beneficiando cerca de 40 mil jovens, o programa emergiu como uma força transformadora na promoção do empreendedorismo e no combate ao desemprego juvenil.

Realizado de 3 a 5 de abril de 2024, o workshop permitiu aos funcionários do Banco avaliar os progressos do programa e retirar lições valiosas para futuras iniciativas nos países membros regionais. Estiveram presentes cerca de 45 participantes, incluindo funcionários do Banco que gerem os projetos ENABLE Youth, funcionários governamentais que coordenam os projetos, jovens agroempresários beneficiários e parceiros do setor privado e de desenvolvimento.

No seu discurso de abertura, Nnenna Nwabufo, Diretora-Geral para a África Oriental do Banco Africano de Desenvolvimento, sublinhou o papel fundamental dos jovens na promoção da agricultura em África.

Nwabufo afirmou: “África pode alimentar-se a si própria, mas estamos a importar alimentos de fora do continente. Através da capacitação dos jovens africanos, este Programa está a mudar essa história. O Programa demonstrou o seu potencial para catalisar o crescimento económico, criar oportunidades para os jovens africanos e impulsionar o desenvolvimento sustentável.”

Millicent Omukaga, Analista Principal de Políticas do Banco, sublinhou o imperativo do desenvolvimento de competências e da criação de emprego para alavancar o dividendo demográfico de África. Apelou a um enfoque renovado no empreendedorismo e no envolvimento do setor privado nas futuras extensões do programa.

O Dr. Martin Fregene, Diretor para a Agricultura e Agroindústria do Banco, salientou o papel da agricultura na libertação do potencial económico de África e na capacitação dos seus jovens: “Ao dotá-los das competências, tecnologias, recursos e apoio necessários, podemos aproveitar o dividendo demográfico e transformar o setor agrícola para o tornar mais eficiente e competitivo e para o tornar um motor de crescimento e prosperidade inclusivos”, afirmou.

O Dr. Damian Ihedioha, Diretor da Agroindústria e do Agronegócio, sublinhou a importância de abordar os desafios multifacetados enfrentados pelos jovens empresários agrícolas. “No futuro, temos de adotar abordagens holísticas que abordem as barreiras à entrada, o acesso ao financiamento e as ligações ao mercado para garantir o sucesso sustentado dos nossos empreendimentos agroindustriais liderados por jovens”, disse Ihedioha.

Edson Mpyisi, Economista-Chefe Financeiro e Coordenador do ENABLE Youth, sublinhou a natureza colaborativa do sucesso do programa, enfatizando a necessidade de reforçar as parcerias e a ação coletiva para maximizar o seu impacto.

O workshop terminou com o compromisso de continuar a promover um ecossistema propício à capacitação dos jovens, à incubação, ao acesso ao financiamento e à digitalização para impulsionar o desenvolvimento sustentável em todo o continente.

ONU apreensiva com “perigo muito real de escalada” após ataque iraniano a Israel

Source: United Nations – in Portuguese

Headline: ONU apreensiva com “perigo muito real de escalada” após ataque iraniano a Israel

O secretário-geral das Nações Unidas emitiu uma declaração na sequência dos ataques da noite de sábado do Irã contra Israel. 

António Guterres condena com veemência “a grave escalada representada pelo ataque em grande escala com o lançamento ao apelar pelo fim imediato dos confrontos”. 

Vários projéteis lançados

De acordo com agências de notícias, as autoridades do Irã teriam falado de uma resposta em retaliação pelo ataque israelita da semana passada a um complexo da embaixada iraniana na Síria.

Durante a noite, vários projéteis foram lançados de dentro do Irã e se estimam ser “mais de 200”, de acordo com os relatos das agências de notícias. O porta-voz das Forças de Defesa de Israel falou de 200 drones e vários misseis.

O líder das Nações Unidas disse estar “profundamente alarmado com o perigo muito real de uma escalada arrasadora em toda a região”. 

No comunicado, Guterres exorta todas as partes “a exercerem a máxima contenção para evitar qualquer ação que possa levar a grandes confrontos militares em múltiplas frentes no Oriente Médio”. 

O secretário-geral lembra que ele “tem sublinhado de forma repetida que nem a região nem o mundo podem permitir-se a outra guerra.”

Situação de paz e segurança no Oriente Médio

Para o presidente da Assembleia Geral, Dennis Francis, a resposta iraniana agrava a já tensa e delicada situação de paz e segurança no Oriente Médio.

Ele reiterou o apelo a todas as partes para que exerçam a máxima moderação  destacando que este “é um momento que exige um julgamento sábio e prudente, em que os riscos e os riscos alargados são considerados com muito cuidado”.

Francis disse esperar que as “autoridades iranianas honrem a sua palavra de que, através da sua ação hoje, o assunto poderá ser considerado concluído”.

Para o líder do órgão deliberativo da organização, “um círculo vicioso de ataque e contra-ataque não levará a lado nenhum, mas inevitavelmente a mais mortes, sofrimento e miséria”.

MIL OSI

Estoques de alimentos da ONU no Haiti podem acabar até o fim de abril

Source: United Nations – in Portuguese

Headline: Estoques de alimentos da ONU no Haiti podem acabar até o fim de abril

Em meio à violência contínua no Haiti, o Programa Mundial de Alimentos, PMA, expandiu a assistência alimentar, alcançando mais de meio milhão de pessoas desde o início da atual crise, em março deste ano. 

O PMA distribui alimentos a comunidades vulneráveis, incluindo refeições quentes para pessoas que vivem em abrigos temporários na capital Porto Príncipe afetadas pelo conflito, desembolsos em dinheiro e refeições escolares.

Risco de esgotamento da comida

Na quinta-feira, a agência entregou 19 mil refeições quentes para pessoas deslocadas na capital. Em outras províncias, 200 mil crianças receberam merenda escolar.

Apesar dos esforços para priorizar as compras de alimentos de produtores locais, o PMA teme que seus estoques de alimentos corram o risco de esgotar até o final de abril. A agência só tem comida suficiente no país para alimentar 175 mil pessoas durante um mês. 

O fechamento do principal porto e aeroporto do Haiti, em Porto Príncipe, há cerca de um mês, interrompeu o fluxo de suprimentos para a nação caribenha.

O diretor nacional do PMA no Haiti, Jean-Martin Bauer, afirmou que está sendo feito todo o possível para alcançar as pessoas mais vulneráveis, “mas no ritmo atual estoques de alimentos vão acabar até o final de abril”. 

Fahdris/Richy Mix

Uma equipe móvel de saúde apoiada pelo Unfpa visita um local para pessoas deslocadas perto da capital do Haiti, Porto Príncipe

Impedimentos no transporte

Ele afirmou que é preciso que o porto da capital “reabra imediatamente para trazer novos suprimentos”. O especialista ressaltou ainda a importância do “acesso desimpedido” ao transporte de alimentos em todo o país para garantir a continuidade dos programas de assistência. 

O Fundo das Nações Unidas de Populações, Unfpa, também está atuando no Haiti com ajuda em saúde reprodutiva, apoio a serviços de proteção e fornecendo kits de higiene em locais de deslocamento na capital através das suas clínicas móveis.

Desde o início de março, foram fornecidos mais de 4,6 mil kits de higiene. As mulheres e meninas deslocadas também receberam kits de dignidade que incluem sabonete, absorventes higiênicos, lâmpada solar e outros itens básicos pessoais.

O Unfpa oferece ainda apoio psicossocial remoto e informações sobre serviços contra a violência baseada no gênero através de uma linha direta gratuita operada pelos seus parceiros locais. Desde 29 de fevereiro, foram realizadas mais de 340 ligações.

95 mil pessoas fugiram da capital desde fevereiro

Muitas escolas permanecem inacessíveis devido à violência contínua. Algumas estão ocupadas por gangues, outras por pessoas deslocadas e algumas foram simplesmente saqueadas ou destruídas.

A Organização Internacional para as Migrações, OIM, afirmou que desde o final de fevereiro, devido à insegurança, cerca de 95 mil pessoas deixaram a área metropolitana de Porto Príncipe em busca de refúgio nas províncias.

A maioria dos deslocados se dirigiu aos departamentos do Grand Sud, região que já recebeu mais de 100 mil pessoas que fugiram da violência na capital nos últimos meses. 

MIL OSI

Milhares de sudaneses chegam diariamente às fronteiras

Source: United Nations – in Portuguese

Headline: Milhares de sudaneses chegam diariamente às fronteiras

As Nações Unidas alertam para o movimento significativo de sudaneses que têm deixado suas casas desde o início do conflito em 15 de abril do ano passado. 

Confrontos fatais e violência envolvendo o Exército Nacional e os paramilitares da Força de Apoio Rápido, RSF, já forçaram 8,6 milhões de pessoas a buscar segurança e assistência humanitária em outros locais.

Desafios logísticos e custos de operação

Nesta segunda-feira, várias entidades da organização participam na Conferência Humanitária Internacional do Sudão, organizada pela França, em Paris, com o apoio da União Europeia e da Alemanha.

© Acnur/Ala Kheir

Sudaneses em movimento para as nações anfitriãs enfrentam o risco da ação de redes de contrabando

De acordo com a Agência da ONU para os Refugiados, Acnur, na procura por segurança aumentam os riscos das vítimas do conflito. Um novo estudo revela que 1,8 milhões de pessoas fugiram para a República Centro-Africana, Chade, Egito, Etiópia e Sudão do Sul. 

Milhares delas continuam chegando diariamente em zonas fronteiriças remotas e inseguras, marcadas pela escalada de desafios logísticos e dos custos de operação.

Quase 75% daqueles que atravessaram as fronteiras são sudaneses e requerentes de asilo, enquanto o restante são pessoas que já recebiam abrigo no Sudão antes de serem obrigadas a regressar aos países de origem.

Sistema de saúde em colapso

Os sudaneses em movimento para as nações anfitriãs enfrentam o risco da ação de redes de contrabando e tráfico que  “aproveitam o caos e muitas pessoas são vítimas de exploração, extorsão e abusos” tentando obter segurança e assistência.

Para a Organização Mundial da Saúde, OMS, a crise sudanesa é uma das maiores e mais agudas do mundo. Com mais de 15 mil mortes e 33 mil feridos, o sistema de saúde está em colapso.

© PMA/Eloge Mbaihondoum

Sudão continua sendo uma crise subfinanciada

A agência revelou que especialmente nas zonas de difícil acesso esses locais foram danificados, saqueados ou enfrentam falta de pessoal, medicamentos, vacinas, equipamento e materiais.

A OMS alerta que a crise do Sudão poderá piorar dramaticamente nos próximos meses e afetar toda a região sem o fim dos combates e nem um acesso total para a entrega de ajuda.

Crise subfinanciada

A agência defende que o que se observa é apenas a ponta do iceberg de uma situação que poderá tornar-se terrível. O acesso da comunidade humanitária é considerado extremamente limitado. 

A comunidade humanitária não pode chegar à metade dos estados do Sudão. As áreas sudanesas de Darfur e Cordofão e desprovidos de ajuda humanitária.

© OIM/Elijah Elaigwu

Guerra levou cerca de 8,6 milhões de sudaneses a buscar segurança e assistência humanitária em outros locais

Numa realidade global marcada por múltiplas crises, o Sudão continua sendo uma crise subfinanciada. Até o momento, o apelo do Plano de Resposta Humanitária para a saúde, por exemplo, foi financiado em 17%.

A OMS revela que grande parte de  ferimentos a civis ocorreu por causa do uso de armamento pesado em zonas densamente povoadas. Mulheres e crianças são “uma proporção significativa das vítimas” que considera o número real muito maior.

Surtos de doenças e incapacidade de acesso a cuidados

Com os frequentes deslocamentos, surtos de doenças e incapacidade de acesso a cuidados para outros problemas de saúde, aumentam as necessidades de saúde materna e neonatal, além de alimentos e água.

Entre 70 e 80% das unidades de saúde não estão funcionando devido ao conflito, em meio a uma crise de serviços básicos, incluindo vacinação, vigilância de doenças, inoperância de laboratórios e equipes de resposta rápida.

O país lida com uma série de epidemias, com destaque para mais de 11 mil casos de cólera, 4,6 mil de sarampo, 8,5 mil de dengue e 1,3 milhão de malária.

© Unfpa/Remon Magdy

Entre 70 e 80% das unidades de saúde não estão funcionando devido ao conflito no Sudão

MIL OSI

Coordenador da ONU afirma que não houve melhora no acesso ao norte de Gaza

Source: United Nations – in Portuguese

Headline: Coordenador da ONU afirma que não houve melhora no acesso ao norte de Gaza

A situação para os habitantes de Gaza continua “terrível”, sem “nenhuma melhoria significativa” nas entregas humanitárias vitais ou no apoio à saúde nas últimas semanas, apesar das esperanças decorrentes dos recentes compromissos de Israel para aumentar a assistência.

A avaliação foi feita nesta sexta-feira pelo coordenador humanitário da ONU nos Territórios Palestinos Ocupados. 

Responsabilidade na entrega de ajuda

Jamie McGoldrick, rebateu as alegações israelenses de que mais de 1 mil caminhões entraram em Gaza nos últimos dias, mas apenas cerca de 800 foram recolhidos do lado palestino.

O coordenador humanitário também afirmou que o sistema de redução de conflito, no qual os profissionais humanitários compartilharam suas coordenadas com os combatentes de ambos os lados é “consistentemente impreciso”. Ele afirmou que dividiu essas e outras preocupações operacionais com os militares israelenses em sua primeira reunião no início desta semana.

McGoldrick renovou o apelo às autoridades de Israel para que reconheçam que sua responsabilidade como potência ocupante “só termina quando a ajuda chega aos civis em Gaza”.

Ocha/Themba Linden

Uma equipe da ONU inspeciona uma bomba não detonada de 1 mil libras caída em uma estrada principal em Khan Younis

“Vácuo de segurança”

O representante da ONU descreveu longos atrasos nos postos de controle e um “vazio de segurança” dentro do enclave que continua dificultando a entrega de ajuda onde é mais necessária. Ele mencionou que a equipe do Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, cujo veículo foi atingido na quinta-feira, ficou retida “durante horas” num posto de controle na estrada Salah Al Deen.

Até agora, neste mês, cerca de 60 horas foram desperdiçadas dessa forma, declarou McGoldrick. Segundo ele, os comboios só podem viajar durante o dia para ir ao norte e, portanto, às vezes a missão é cancelada. 

Apenas três estradas estão abertas para ajuda humanitária em Gaza atualmente: a rota do meio via estrada Salah Al Deen, a estrada costeira Al Rashid e a estrada militar no lado leste de Gaza. 

O coordenador humanitário disse que em nenhum momento no último mês “as três ou pelo menos duas dessas estradas funcionaram simultaneamente”. Além disso, ele afirmou que todas as rodovias estão em “péssimas condições”.

Bebês desnutridos

McGoldrick destacou que as consequências das missões de ajuda “muito limitadas” no norte do enclave estão refletidas na desnutrição, a julgar “pelo quão abaixo do peso os bebês estão quando nascem”.

Falando de Jerusalém, o chefe humanitário, que está cessando suas funções, descreveu ter visitado o hospital Kamal Adwan há duas semanas. Ele contou que “todos os pacientes” da ala infantil enfrentavam fome com risco de vida.

Jamie McGoldrick afirmou que a última criança que viu foi em uma incubadora, que era um menino de dois dias, que não nasceu prematuro, mas tinha apenas 1,2 quilo. 

MIL OSI

ONU alerta para riscos de detritos e poluição no uso do espaço sideral

Source: United Nations – in Portuguese

Headline: ONU alerta para riscos de detritos e poluição no uso do espaço sideral

Este 12 de abril marca o Dia Internacional dos Voos Espaciais Tripulados, em alusão ao dia em que o primeiro ser humano chegou ao espaço. Atualmente, a exploração do espaço é marcada pelo aumento da atuação de empresas privadas, da quantidade de objetos em órbita e do número lançamentos de missões. 

Para abordar essas tendências de crescimento, a ONU News entrevistou a diretora do Escritório da ONU para Assuntos do Espaço Sideral, Unoosa. 

Segurança espacial para todos

Aarti Holla-Maini afirmou que uma questão urgente é entender melhor o impacto que a fumaça do lançamento de objetos espaciais têm na atmosfera. Para a especialista, “pode ser que descubramos que já estamos numa situação urgente”.

Ela mencionou ainda a preocupação com aumento de detritos e satélites antigos que estão sendo queimados ao reentrar na atmosfera. 

Holla-Maini destacou que atualmente existem “tantos objetos de todos os tamanhos” no espaço, sem que haja uma compreensão abrangente de onde todos eles estão e quando. 

Para ela, os detritos e a poluição espacial devem ser um foco prioritário de cooperação entre os países, por meio das Nações Unidas, “para melhorar a segurança espacial para todos”.

Diretora do Escritório da ONU para Assuntos do Espaço Sideral, Unoosa, Aarti Holla-Maini

Prevenção de desastres na Terra

Essa segurança, segundo a especialista, é muito importante para os voos espaciais humanos, para as observações astronômicas e para garantir a continuidade de comunicações ou imagens de satélite essenciais para monitoração do clima, por exemplo.

A diretora do Unoosa mencionou o programa Spider, mandatado pela Assembleia Geral, que fornece informações espaciais para resposta a desastres e emergências. Os benefícios incluem alerta precoce e monitoramento para inundações, secas, incêndios florestais, doenças transmitidas por mosquitos, pragas em colheitas, dentre outros. 

A especialista disse que o objetivo da ONU é “garantir que todos os Estados-membros que necessitam estejam capacitados e equipados” para serem resilientes face a todos os choques globais que estão surgindo, especialmente aqueles ligados ao clima.

Extração de recursos da lua

A agência irá realizar em junho a Conferência de Atividades Lunares Sustentáveis, a primeira sobre o tema. De acordo com Holla-Maini, tanto o subcomitê científico e técnico como o subcomitê jurídico da Unoosa tratam das atividades na Lua.

No entanto, é no ambiente legal que ocorrem debates como o destino de recursos extraídos de corpos celestes como a lua ou asteroides e sua possível apropriação comercial. 

Segundo a diretora do Unoosa, essas questões são difíceis porque conflitam com os princípios fundamentais do Tratado do Espaço Sideral, que diz que essa área pertence a toda humanidade e que, portanto, não deixa margem para um “ângulo comercial”. 

Holla-Maini afirmou ainda que não existe uma competição no espaço nem uma corrida dos países como observado no período da Guerra Fria. 

NASA/JPL-Caltech/UCLA

Rastros de asteróides entre as estrelas

Atuação de empresas privadas

Ela disse que agora é o momento de realmente olhar para a ciência e a exploração espaciais procurando as “abordagens mais inovadoras e pragmáticas” e é por isso que existem mais empresas comerciais envolvidas.

Para a diretora do Unoosa, “se as agências espaciais realizarem por si próprias grandes missões espaciais, correm o risco de demorar muito mais tempo e de serem muito mais caras”.

Ela defendeu novas formas de incluir a indústria no diálogo, mas preservando o poder de decisão dos próprios Estados-membros. 

O 12 de abril de 1961 foi a data do primeiro voo espacial humano, realizado por Yuri Gagarin, da então União Soviética. Este evento histórico abriu caminho para a exploração espacial em benefício de toda a humanidade.

A Assembleia Geral manifestou a sua profunda convicção no interesse comum da humanidade na promoção e expansão da exploração e utilização do espaço exterior, como domínio de toda a humanidade, para fins pacíficos e na continuação dos esforços para estender a todos os Estados os benefícios daí derivados.

MIL OSI

Estudo sobre o Mianmar revela “efeitos de uma recessão profunda”

Source: United Nations – in Portuguese

Headline: Estudo sobre o Mianmar revela “efeitos de uma recessão profunda”

Colapso econômico e profunda pobreza marcam a realidade birmanesa após o golpe militar, de acordo com o Relatório Situação Socioeconômica de Mianmar.

O documento revela um declínio preocupante no cenário de uma economia que recentemente teve uma atividade industrial admirável e caiu do status de “um dos potenciais pequenos tigres em movimento”.

Desaparecimento da classe média 

A diretora Regional para a Ásia do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Pnud, Kanni Wignaraja, descreveu os efeitos de uma recessão profunda na sequência do golpe militar ocorrido em 1º de abril de 2021 e o momento que se seguiu ao período da Covid-19.

A representante da agência contou que “entre o final de 2021 e o princípio de 2022 foi observada uma recuperação das nações vizinhas e verificado o contrário para o caso do Mianmar” 

© Unicef/Brown

Mianmar tem cerca de 75% da população vivendo na pobreza

A pesquisa realizada no fim do ano passado foi a primeira de grande dimensão ao abranger mais de 12 mil famílias em todas as regiões do país. A constatação é que a classe média está literalmente desaparecendo numa queda de 50% ocorrida em dois anos e meio.

Profundo estado de necessidade

Esta realidade considerada “bastante extraordinária”, além de ter empurrado mais pessoas para a pobreza extrema fez com que os que já eram pobres tivessem que passar para um nível mais profundo de necessidades. 

Mianmar tem cerca de 75% da população vivendo na pobreza, sendo que o mais ameaçador é “o profundo estado de necessidade das pessoas que estão em níveis abaixo da pobreza.”

© Acnur/Kamrul Hasan

Pnud receia que surja uma geração sem acesso ao ensino em Mianmar

Além de regiões duramente afetadas pelo conflito, como o estado de Rakhine, milhares de pessoas fugiram para grandes áreas urbanas, como nos arredores da capital Yangon.

Busca por segurança e serviços básicos

O conflito empurrou o total de deslocados procurando segurança em áreas urbanas para 3 milhões. Apesar da busca por segurança e serviços básicos, o movimento de áreas rurais para urbanas não pode oferecer uma rede de segurança.

Outra observação do estudo é que há mecanismos muito pouco sustentáveis para lidar com a situação: pessoas deixando campos agrícolas, passando a comer uma vez por dia, e diminuindo os gastos com educação, o que gerou um aumento de crianças fora da escola.

O receio é que surja uma geração sem acesso ao ensino, com a baixa em gastos no setor e em outros serviços básicos.

Ocha/P. Peron

Movimento de áreas rurais para urbanas não pode oferecer uma rede de segurança

MIL OSI