ONU apresenta seis ações para impedir nova “carnificina nuclear”

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O secretário-geral da ONU participou nesta segunda-feira de um debate aberto do Conselho de Segurança sobre “Desarmamento Nuclear e Não-proliferação”, proposto sob a presidência do Japão.

António Guterres lembrou que a nação asiática “conhece melhor do que qualquer país do mundo o custo brutal da carnificina nuclear”.

Maior risco de guerra nuclear em décadas

Ele lamentou que quase oito décadas após a “incineração de Hiroshima e Nagasaki, as armas nucleares ainda representam um perigo claro e presente para a paz e a segurança globais”.

Para o líder das Nações Unidas, os dias atuais representam um momento em que as tensões geopolíticas e a desconfiança “aumentaram o risco de guerra nuclear ao seu ponto mais alto em décadas”.

Segundo ele “o relógio do Juízo Final está batendo alto o suficiente para que todos possam ouvir”.

Guterres alertou que os esforços para impedir uma tragédia nuclear estão debilitados, pois os Estados que possuem armas nucleares estão ausentes da mesa de diálogo. 

Além disso ele chamou atenção para o fato de que os “investimentos em ferramentas de guerra estão ultrapassando aqueles em ferramentas de paz” e os orçamentos para o armamento estão crescendo, enquanto os para a diplomacia e o desenvolvimento estão diminuindo.

Ican/Darren Ornitz

Em 26 de novembro de 2023, os ativistas em Nova Iorque juntaram-se a pessoas de todo o mundo no Dia Global de Ação contra as armas nucleares

Seis passos para o desarmamento

O líder das Nações Unidas ressaltou que só existe um caminho para vencer “esta sombra insensata e suicida, de uma vez por todas”, que é o desarmamento imediato. Ele pediu que os Estados detentores de armamento nuclear liderem o processo por meio de seis ações.

As duas primeiras consistem em aumentar o diálogo para prevenir o uso de armas nucleares e acabar com a troca de ameaças. Em terceiro lugar, Guterres disse que é preciso reafirmar as moratórias sobre os testes nucleares, tornando a entrada em vigor do Tratado de Proibição Total de Ensaios Nucleares uma prioridade. 

O quarto passo proposto é transformar os compromissos com desarmamento em ação e o quinto um acordo conjunto de primeira utilização, no qual todos os países com esse tipo de arsenal devem concordar que nenhum deles será o primeiro a utilizar armas nucleares.

A última ação da lista é a redução no número de armas nucleares. Guterres defendeu que esta medida deve ser liderada pelos detentores dos maiores arsenais nucleares, os Estados Unidos e a Rússia, que devem encontrar um caminho de regresso à mesa de negociações para implementar plenamente o Novo Tratado START.

Para o chefe da ONU, a responsabilidade de agir estende-se aos Estados sem armas nucleares. Além de cumprirem as suas próprias obrigações de não proliferação, eles devem apoiar esforços para garantir que o desarmamento nuclear seja verificável e irreversível.

O secretário-geral afirmou que é dever de todos os países fortalecer a arquitetura global de desarmamento, incluindo o Tratado sobre a Não Proliferação de Armas Nucleares e a Proibição de Armas Nucleares.

Novas tecnologias mortais

Outro ponto de preocupação apresentado pelo chefe da ONU tema a ver com as tecnologias emergentes, como a inteligência artificial e os domínios cibernéticos e espaciais, que “expuseram novas vulnerabilidades e criaram novos riscos”.

O secretário-geral disse que os países estão investindo recursos em “novas tecnologias nucleares mortais e a espalhando a ameaça em novos domínios”.

Guterres fez alusão a declarações que levantaram a perspectiva de desencadear um “inferno nuclear” e afirmou que essas são ameaças “que todos devemos denunciar com clareza e força”.

Ele afirmou que as armas nucleares são as mais destrutivas já inventadas, capazes de eliminar toda a vida na Terra e que uma guerra nuclear nunca deve ser travada porque ela “nunca pode ser vencida”.

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Gaza: Cerca de 1,1 milhão de pessoas podem enfrentar nível mais severo de fome até maio

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Trabalhadores humanitários da ONU emitiram um alerta preocupante, indicando que a fome pode surgir “a qualquer momento” em Gaza, conforme novos dados de insegurança alimentar. O relatório da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, revela que a fome deve atingir as províncias do norte entre o momento atual e maio.

Os dados do relatório de Classificação Integrada da Fase de Segurança Alimentar, IPC, indicam que “toda a população” de Gaza, cerca de 2,3 milhões de pessoas, está enfrentando altos níveis de insegurança alimentar “aguda”. Isso inclui 1,1 milhão de pessoas que sofrem de insegurança alimentar “catastrófica”.

Segurança alimentar

O secretário-geral da ONU, António Guterres, falou a jornalistas nesta segunda-feira e avaliou que este “desastre é inteiramente causado pela ação humana” e é uma evidência chave da necessidade de um cessar-fogo imediato no enclave.

Ele fez um apelo às autoridades israelenses pela garantia de acesso total e irrestrito de produtos humanitários em Gaza e que a comunidade internacional apoie totalmente nossos esforços humanitários.

Em comparação com a última análise do IPC em dezembro, a insegurança alimentar aguda na Faixa de Gaza “se aprofundou e se ampliou”. Os dados revelam haver 79% a mais de habitantes de Gaza provavelmente “caindo em níveis catastróficos de fome” de meados de fevereiro a meados de março, e 92% a mais de expectativa de que isso aconteça até julho.

© UNICEF/Eyad El Baba

Menina em frente ao seu abrigo na cidade de Rafah, em Gaza

Pulando refeições

O relatório do IPC observou que praticamente todas as famílias agora diminuem o número de refeições diariamente em Gaza. Os adultos reduziram o consumo alimentar para que as crianças possam comer. 

Segundo a FAO, nas províncias do norte, em quase dois terços dos lares, as pessoas passaram dias e noites inteiros sem comer pelo menos 10 vezes nos últimos 30 dias. Nas províncias do norte, uma em cada três crianças com menos de dois anos de idade está gravemente desnutrida.

Na última semana, o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, alertou que a desnutrição com risco de morte é um problema que afeta a vida das crianças.

Sem fim para os bombardeios

Em meio ao intenso bombardeio israelense em Gaza, a FAO observou que a violência interrompeu o fornecimento de água, alimentos e combustível. Todos os setores relacionados a alimentos “entraram em colapso”, incluindo a produção de vegetais, a produção de gado, a pesca e a aquicultura.

Cerca de 60% a 70% dos animais que produzem carne e laticínios em Gaza foram mortos ou abatidos prematuramente para atender às terríveis necessidades alimentares decorrentes do conflito.

Para ajudar os habitantes de Gaza, a FAO se mobilizou para fornecer suprimentos agrícolas essenciais para a Faixa de Gaza “assim que as condições permitirem”. A agência da ONU disse que sua prioridade inicial era transportar ração animal, incluindo 1,5 mil toneladas de cevada.

Segundo a FAO, o volume “deve ser suficiente para fornecer leite para todas as crianças com menos de 10 anos de idade em Gaza”, observando que ela forneceria cerca de 20% das calorias recomendadas para as crianças.

Unicef/Eyad El Baba

Familiar cuida de menino de três anos no Hospital Al-Shifa, ferido numa explosão que matou 12 membros da sua família.

Operação no Al-Shifa

Em meio a relatos de que os militares israelenses invadiram o hospital Al-Shifa na cidade de Gaza nesta segunda-feira em busca de combatentes do Hamas, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, OMS, Tedros Ghebreyesus, insistiu que “os hospitais nunca devem ser campos de batalha”.

As vidas de profissionais da área médica, pacientes e civis estão em jogo, alertou o chefe da OMS, acrescentando que os serviços de saúde “mínimos” só foram restaurados recentemente em Al-Shifa.

Em uma postagem na mídia social no fim de semana, o chefe da OMS, Tedros, expressou preocupação com a continuidade dos preparativos para um ataque terrestre israelense a Rafah, a cidade mais ao sul de Gaza, onde mais de 1 milhão de pessoas buscam abrigo.

Para Tedros, uma nova escalada de violência nessa área densamente povoada levaria a muito mais mortes e sofrimento, especialmente com as instalações de saúde já sobrecarregadas.

De acordo com a autoridade de saúde de Gaza, 31.726 pessoas já foram mortas na Faixa de Gaza e 73.792 ficaram feridas desde o início dos combates. 

 

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Chefe humanitário da ONU defende “mudança radical” na assistência em crises

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Nesta segunda-feira, o subsecretário-geral de Assuntos Humanitários da ONU, Martin Griffiths, discursou no Fórum Humanitário Europeu apelando por uma “mudança radical” na forma como a assistência é oferecida em crises. 

De acordo com ele, o foco da comunidade humanitária deve estar em encontrar uma abordagem que “dê liderança para aquelas pessoas que pretendemos servir”.

Acúmulo de crises

O chefe humanitário das Nações Unidas ressaltou que o momento atual é marcado por crises graves, onde o recurso às armas é “cada vez mais a primeira opção”, a exemplo da Ucrânia e do Sudão. 

Ele descreveu como “vergonhoso” o fato de estarmos em uma época em que “as gangues podem governar um país inteiro”, como ocorre no Haiti.

Griffiths lamentou ainda que nesta “era de guerra” a ONU seja “impedida de fazer seu trabalho e depois criticada por não fazer o suficiente”, situação que ele associou à crise em Gaza. 

O subsecretário-geral disse que à medida que a atenção internacional “corre freneticamente de uma grande crise para outra”, as crises que vieram antes permanecem sem solução. Como exemplos, ele citou Síria, Iêmen e Mali.

PMA/Eloge Mbaihondoum

PMA distribui alimentos aos refugiados sudaneses que atravessam para o Chade

Reforma no setor humanitário

O chefe humanitário lamentou que, em todo o mundo, civis e profissionais humanitários estão sendo mortos em “números injustificáveis”. 

Griffiths ressaltou também a “crise de financiamento alarmante” no setor humanitário, usando como exemplo o Sudão, onde apenas 4% das necessidades de 25 milhões de pessoas estão financiadas para este ano.

Segundo ele, isso faz com que profissionais humanitários tenham que tomar, diariamente, “decisões extremamente difíceis sobre a vida e a morte, sobre o que financiar, quem priorizar”.

O subsecretário-geral disse estar “mais convencido do que nunca” sobre a necessidade de uma “mudança radical” na forma como a assistência é oferecida. 

Necessidade de “aprender a ouvir”

De acordo com o chefe humanitário, isso tem que começar com uma compreensão mais profunda do que as pessoas em crise realmente precisam, e não do que os profissionais humanitários acham que elas precisam. 

Griffiths mencionou pesquisas que revelam que muitos beneficiários de assistência não se sentem ouvidos e que a comunidade humanitária internacional precisa “aprender a ouvir”.

Ele citou o lançamento em 2023 de uma iniciativa da ONU em quatro países para encontrar esta abordagem mais colaborativa. 

Proatividade, resiliência e antecipação

Para o especialista as ações humanitárias precisam se tornar “menos reativas, mais proativas e melhores na construção de comunidades resiliência por parte da comunidade”. 

Ele também defendeu uma ação mais antecipatória, para ajudar as pessoas a se anteciparem a crises previsíveis, reduzindo o impacto e os custos humanitários. Para isso um financiamento mais flexível é essencial, assegurando mobilização rápida e apoio direto a atores e grupos locais. 

Griffiths destacou ainda que é preciso distinguir, apoiar e respeitar a liderança de mulheres e suas organizações e a nível local e global, para que elas mostrem a melhor forma de conduzir o trabalho humanitário. 

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Mortalidade Infantil atinge recorde de baixa de 4,9 milhões em 2022

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Headline: Mortalidade Infantil atinge recorde de baixa de 4,9 milhões em 2022

A ONU anunciou um marco histórico na luta contra a mortalidade infantil, com as últimas estimativas revelando que o número de crianças que morrem antes dos cinco anos caiu para 4,9 milhões em 2022. Os dados do Grupo Interagência da ONU para Estimativa da Mortalidade Infantil mostram uma queda de 51% na taxa global desde 2000.

Durante este período, países como Camboja, Malaui, Mongólia e Ruanda alcançaram uma redução na taxa de mortalidade infantil de mais de 75%. A diretora executiva do Unicef, Catherine Russell, elogiou o compromisso dedicado de parteiras, profissionais de saúde e agentes comunitários, fundamentais para esse notável declínio.

Sobrevivência infantil

Apesar desses ganhos, o relatório observou que ainda há um longo caminho a percorrer para acabar com todas as mortes evitáveis de crianças e adolescentes, pois milhões continuam falecendo de causas tratáveis, incluindo complicações de parto prematuro, pneumonia, diarreia e malária.

A maioria dessas mortes ocorre na África Subsaariana e no sul da Ásia, destacando as disparidades regionais no acesso à saúde de qualidade. O estudo também observou que a instabilidade econômica, conflitos, mudanças climáticas e impacto da pandemia da Covid-19 continuam a prejudicar o progresso e a exacerbar as disparidades existentes nas taxas de mortalidade.

O diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, destacou que embora o progresso seja bem-vindo, milhões de famílias ainda sofrem com a perda de uma criança anualmente, muitas vezes nos primeiros dias após o nascimento. 

Para ele, o local onde uma criança nasce não deve determinar se ela viverá ou morrerá. “É fundamental melhorar o acesso a serviços de saúde de qualidade para todas as mulheres e crianças, inclusive durante emergências e em áreas remotas”, avalia o chefe da agência de saúde da ONU.

Profissionais essenciais na linha de frente

Para melhorar o acesso a serviços de saúde de qualidade e salvar a vida de crianças, é necessário investir em educação, empregos e condições de trabalho decentes para que os profissionais de saúde ofereçam cuidados primários, inclusive os agentes comunitários de saúde.

Juan Pablo Uribe, diretor global de Saúde, Nutrição e População do Banco Mundial, enfatizou a necessidade de acelerar o progresso. “Devemos garantir que todas as crianças tenham acesso aos mesmos cuidados de saúde e oportunidades, independentemente de onde nasceram”, adiciona.

O grupo de agências da ONU foi formado em 2004 para compartilhar dados e aprimorar métodos para estimativas de mortalidade infantil, acompanhando o progresso em direção às metas de sobrevivência infantil. Além da liderança do Unicef, participam a Organização Mundial da Saúde, OMS, o Grupo do Banco Mundial e a Divisão de População do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU.

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ONU aborda desigualdades por trás de alta incidência de Aids entre jovens angolanas

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Angola tem apresentado progresso no combate ao HIV/Aids, mas a cobertura ainda precisa melhorar. A avaliação é da diretora do Programa Conjunto das Nações Unidas no país, Unaids. 

Hege Wagan afirmou que os principais desafios do país são as barreiras no acesso aos serviços e o abandono de tratamento. Ela apresentou os dados do país nas áreas de diagnostico, tratamento e redução da carga viral. 

Distância das metas internacionais

“E quando falamos das metas, em relação a testagem Angola tem atingido 58% de cobertura. E quando falamos de tratamento, estamos em 46%, nas estimativas. E enquanto a carga viral a gente não tem dados, dado que a cobertura de tratamento ainda não tem chegado a 50%, então ainda não temos esse dado.”

As metas internacionais defendidas pela Unaids estimulam os países a garantirem que 95% das pessoas infectadas sejam diagnosticadas, que dentre estas 95% estejam em tratamento, e que 95% das pessoas tratadas apresentem carga viral indetectável. 

Isso significa ter uma baixa quantidade de vírus no sangue, condição que proporciona maior qualidade de vida e elimina a possibilidade de transmissão por via sexual. 

Hege Wagan afirmou que em Angola, a baixa adesão ao tratamento “tem mais a ver com assuntos sociais”, pois o país provê tratamento gratuito para todas as pessoas que necessitam.

ONU aborda desigualdades por trás de alta incidência de Aids entre jovens angolanas

Alta incidência entre meninas e mulheres jovens

Ela elogiou o fato de que o novo plano estratégico de combate à doença é “muito mais focalizado em prevenção” do que estratégias anteriores. Além disso, o Fundo Global de Combate à Sida, Tuberculose e Malária incrementou o financiamento para a prevenção em Angola em 2024.

A principal preocupação é com os jovens, especialmente meninas, que são o grupo mais impactado por novas infecções.

“Angola tem uma e tem uma população muito jovem e agora estimamos 15 mil novas infecções por ano em Angola e sabemos que são os jovens de 15 a 24 anos que estão a ser mais afetados. E dentro desses jovens, deste grupo, 78% são meninas e mulheres jovens. De 4 mil novas infecções dentro da idade de 15 a 24, cerca de 3,6 mil são entre meninas e mulheres jovens”

A diretora destacou que o trabalho do Unaids aborda essa desigualdade e busca uma “resposta multissetorial” para assegurar investimentos em saúde em geral, educação e empoderamento econômico dos jovens e os adolescentes e em Angola.

Segundo ela, “15% das angolanas não finalizam a educação secundária” e isso gera um nível maior de vulnerabilidade social que se reflete nos dados de HIV/Aids. 

Para Hege, outro ponto importante na prevenção é o acesso à informação adequada e serviços adaptados e “amigáveis aos jovens”, não apenas nos cuidados de HIV/Aids, mas também em saúde sexual e reprodutiva.

Novas estratégias de prevenção

A Onusida trabalha intensamente para fortalecer o trabalho dos jovens, inclusive os aqueles vivendo com VIH/Sida para assegurar que a resposta seja liderada pela comunidade e pelas pessoas que conhecem melhor a situação e sabem como orientar melhor as ações e as intervenções.

De acordo com a diretora do Unaids, o que os jovens demandam é que suas organizações sejam “reconhecidas e financiadas” para poder fazer o trabalho comunitário e para assegurar um marco jurídico e normativo que lhes garanta acesso a todos os direitos. 

Sobre a introdução de novos medicamentos, que podem servir para estratégias de profilaxia pré-exposição, ou PrEP, ela afirmou que serão iniciados estudos em uma província e com base nessa experiência será desenvolvido um plano para ofertar a PrEP em todo o país. 

A especialista afirmou que Angola enfrenta um problema reconhecido de falta de dados, pois o último estudo demográfico foi realizado em 2015-2016, mas mencionou que um novo levantamento deve sair esse ano, o que irá ajudar a agência a obter melhores dados sobre a saúde em geral no país. 

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Marrocos: Banco Africano de Desenvolvimento e o Fundo de Equipamento Comunitário assinam um acordo de empréstimo de 100 milhões de euros para financiar projetos de desenvolvimento sustentável e reforçar a atratividade das zonas locais

MIL OSIRABAT, Marrocos, 17 de março de 2024/Grupo APO/ —

O Banco Africano de Desenvolvimento (https://www.AfDB.org/) assinou hoje, em Rabat, um acordo de empréstimo de 100 milhões de euros com o Fundo de Equipamento Comunitário (Fonds d’équipement communal, FEC) para financiar novos investimentos e projetos de infraestruturas sustentáveis promovidos pelas autoridades locais.

O objetivo desta operação é reforçar e modernizar os serviços públicos, nomeadamente nas zonas rurais, e desenvolver novas atividades económicas e oportunidades de investimento e de emprego que contribuam para melhorar as condições de vida das populações locais.

“Esta parceria com o FEC é inédita. Estamos muito satisfeitos. Ao investir em infraestruturas de última geração, a nossa prioridade é integrar as regiões e torná-las mais atrativas, para que se tornem verdadeiros polos de desenvolvimento e de competitividade. O mais importante são os benefícios esperados para as populações locais”, declarou Achraf Hassan Tarsim, representante residente em Marrocos do Banco Africano de Desenvolvimento.

Ao apoiar o esforço de descentralização de Marrocos, este mecanismo contribuirá para consolidar e diversificar a capacidade de produção do país e para apoiar o crescimento em sectores-chave da economia. O objetivo é contribuir para reforçar a competitividade do país, criar novas oportunidades de emprego, nomeadamente para os jovens e as mulheres, e gerar receitas fiscais adicionais substanciais para o Estado.

“A conclusão deste acordo de empréstimo com o Banco Africano de Desenvolvimento inscreve-se na estratégia de abertura do FEC aos financiamentos internacionais. Abre caminho a novas operações bilaterais para continuar, com confiança e determinação, a financiar o desenvolvimento dos territórios e apoiar a sua dinâmica de crescimento”, congratulou-se Omar Lahlou, Governador e Diretor-Geral do FEC.

Em conformidade com as cinco prioridades estratégicas do Banco, conhecidas como “High 5”, este projeto responde aos objetivos de Marrocos em termos de desenvolvimento, industrialização e melhoria da qualidade de vida das populações.

Membro fundador do Banco Africano de Desenvolvimento, Marrocos é um dos principais países beneficiários da instituição, com um compromisso acumulado de mais de 12 mil milhões de dólares. Estes financiamentos abrangem vários setores, nomeadamente a energia, a água, os transportes, a agricultura, o setor financeiro e o desenvolvimento social.

São Tomé e Príncipe lança busca a “fundos inovadores” em favor da biodiversidade

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São Tomé e Príncipe acolheu na última semana a 1ª Conferência Internacional sobre Biodiversidade conectando representantes de vários setores econômicos.

As Nações Unidas e o Banco Africano de Desenvolvimento, BAD, apoiaram a iniciativa realizada para melhorar a capacidade do país para atrair e aprimorar financiamentos para setores ligados à biodiversidade.

Gestão de fundos inovadores

Na reunião, o primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe, Patrice Trovoada, declarou que a primeira vitória foi garantir a presença de peritos e representantes de  várias organizações na busca de meios para gerir fundos inovadores.

Para o chefe do governo são-tomense, um dos maiores ganhos do evento foi colocar a situação são-tomense nos holofotes. São Tomé e Príncipe já recebe apoio contra a alteração climática de nações lusófonas como Cabo Verde e Portugal. 

Com as autoridades portuguesas, o país africano realizou uma troca de dívida por investimentos em iniciativas de transição climática. Trovoada disse que decisões sobre fundos e potenciais projetos a serem financiados também são essenciais.

ONU/Cia Pak

O Primeiro-Ministro Patrice Emery Trovoada, de São Tomé e Príncipe, discursa no debate geral da Assembleia Geral

Recursos das populações costeiras

O primeiro-ministro ressaltou ainda que, tal como outros países vulneráveis, São Tomé e Príncipe sofre com fenômenos como excesso de chuvas, perda de recursos das populações costeiras, secas recorrentes e danos no rendimento das famílias.

O líder são tomense disse que os efeitos das alterações do clima acontecem ao mesmo tempo que as “principais responsáveis dedicam bilhões de dólares a outras causas e lucros na bolsa internacional” em detrimento de apoio às nações que sofrem sem ter causado prejuízos à natureza.

O Banco Africano de Desenvolvimento anunciou que seu foco é abordar temas como o apoio ao grupo de economias em situação de sobre-endividamento e a troca de dívida. Quanto à experiência são-tomense com Portugal, o BAD considera um exemplo que “poderia ser expandido a outros contextos”.

O representante da ONU em São Tomé  Príncipe, Eric Overvest, mencionou a vulnerabilidade do país aos impactos das mudanças climáticas. Ele defende a meta de apoiar a atração e negociação de financiamento ambiental inovador que possa preservar e preservar o patrimônio ambiental para futuras gerações. 

Para chefe da ONU em São Tomé e Príncipe é preciso ter abordagens integradas que reconciliem os objetivos ambientais e o desenvolvimento com práticas que considerem a conservação da sustentabilidade e o progresso econômico.

UNICEF/Vincent Tremeau

Mãe segura filha de 18 meses em São Tomé e Príncipe

Resiliência climática

Overvest considera imprescindível a haja ação conjunta do governo, ONGs, setor privado e comunidade e sociedade civil nos esforços para encontrar soluções criativas e sustentáveis pelo clima. 

Entre a série de medidas estão “financiamento inovador, fortalecimento de políticas, reforço de capacidades, educação ambiental e promoção de tecnologias limpas, práticas e sustentáveis, além do engajamento comunitário”.

O coordenador disse haver necessidade de se reforçar fundos e que estes sejam acessíveis para aumentar a resiliência contra os efeitos das mudanças climáticas em São Tomé e Príncipe. 

As recomendações feitas ao país incluem avançar com projetos de transição energética e redução de emissões com “formas mais simples e diretas para acesso ao crédito de carbono”. 

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ONU lista cinco ações para impedir danos da mudança climática na alimentação

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A vice-alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos afirmou que nosso mundo tem capacidade para alimentar a todos e que “ninguém neste século 21 deveria passar fome”.

Na última quinta-feira, Nada Al Nashif lamentou que apesar do compromisso mundial de criar um mundo livre da fome até 2030, cerca de 783 milhões de pessoas, mais de 9% da população mundial, sofreram de fome crônica no ano passado.

Ciclo vicioso da produção industrial

A Organização para a Alimentação e Agricultura, FAO, prevê que, em 2030, quase 600 milhões ainda sofrerão com essa realidade.

Nada Al Nashif apresentou o relatório “Medidas para minimizar o impacto adverso das alterações climáticas na plena realização do direito à alimentação” na 55ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos, destacando cinco pontos de ação.

Em primeiro lugar, ela disse que é preciso “evitar que a produção agrícola industrial alimente ainda mais as alterações climáticas”. 

A especialista alertou que o atual paradigma econômico cria um “ciclo vicioso”, onde os impactos climáticos aprofundam a insegurança alimentar, enquanto a “dependência excessiva dos sistemas alimentares industriais agrava as alterações climáticas e a vulnerabilidade das comunidades”. 

FMI/Andrew Caballero-Reynolds

Um pescador em Gana coleta o pescado da manhã

Distribuição de terras e proteção social

Para Nada Al Nashif, os “sistemas injustos de distribuição de terras” também precisam de ser abordados. O relatório aponta que os Estados precisam reconhecer os direitos dos Povos Indígenas, dos camponeses, das pessoas em situação de pobreza e vulnerabilidade e de outros grupos de “possuir, aceder e utilizar de forma sustentável terras e recursos, e adotar medidas de reforma agrária quando apropriado”.

Tendo em vista que a crise climática agrava os padrões de pobreza, desigualdades e insegurança alimentar, o documento defende como segundo ponto de ação a proteção social universal. O objetivo é garantir que as pessoas continuem a ter acesso a alimentos de qualidade.

O terceiro ponto diz respeito a garantir que as empresas atuem de forma responsável para enfrentar as alterações climáticas e o seu impacto no direito à alimentação. Já o quarto apela por abertura de espaço fiscal para mobilizar financiamento para as políticas que precisam ser implementadas.

Atualmente, cerca de 3,3 bilhões de pessoas, quase metade da humanidade, vivem em países que gastam mais dinheiro no pagamento de juros das suas dívidas do que na educação ou na saúde.

Geração com as ferramentas tecnológicas “mais poderosas”

O quinto e último ponto de ação defendido no relatório é fortalecer a transição para sistemas alimentares sustentáveis, mais bem fundamentados em processos naturais. Dentre as opções, a vice alta comissária de Direitos Humanos destacou “agroecologia, agricultura regenerativa, técnicas de reabilitação de solos e gestão das pescas para sustentar ecossistemas saudáveis ​​e resilientes”.

Nada Al Nashif afirmou que o “futuro distópico”, repleto de sofrimentos e injustiças antes inimagináveis já existe agora. Porém, nas palavras dela, “somos a geração com as ferramentas tecnológicas mais poderosas” e como tal, temos a capacidade de inverter esta tendência.

O relatório demonstra como as medidas de direitos humanos, inclusive nos sistemas alimentares, podem abordar as perdas e os danos causados ​​pelas alterações climáticas.

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Chefe de Direitos Humanos da ONU chocado com recentes sequestros em massa na Nigéria

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O alto comissário da ONU para Direitos Humanos, Volker Turk, manifestou sua indignação diante dos recentes sequestros de centenas de pessoas na Nigéria por homens armados. Nesta sexta-feira, ele expressou choque com a sequência de sequestros em massa no norte do país, que envolveram homens, mulheres e crianças.

O chefe dos Direitos Humanos reconheceu o anúncio das autoridades nigerianas sobre as medidas para localizar com segurança as crianças desaparecidas e reuni-las com suas famílias. No entanto, ele pediu investigações “imediatas, completas e imparciais” sobre os sequestros e instou a responsabilização dos envolvidos perante a justiça.

Sequência de sequestros

De acordo com relatórios recentes, pelo menos 564 pessoas foram vítimas de sequestro desde o dia 7 de março. Entre elas, mais de 280 alunos foram sequestrados em uma escola na cidade de Kuriga, localizada no estado de Kaduna.

Pelo menos 200 outras pessoas, em sua maioria mulheres e crianças deslocadas internamente, foram sequestradas no mesmo dia em Gamboru Ngala, no estado de Borno, quando supostamente buscavam lenha. 

Dois dias depois, homens armados invadiram um colégio interno no vilarejo de Gidan Bakuso, no estado de Sokoto, e sequestraram pelo menos 15 alunos. Em 12 de março, cerca de 69 pessoas foram sequestradas em dois ataques a uma aldeia na área de Kajuru, no estado de Kaduna.

O alto comissário destacou que ninguém deveria ser submetido ao constante temor de sequestro, uma realidade que muitas pessoas enfrentam em diversas partes do norte da Nigéria. 

Ele enfatizou a importância de identificar e responsabilizar os agentes armados por esses ataques, respeitando as leis internacionais de direitos humanos. Para Turk, isso é fundamental para combater a impunidade que perpetua esses crimes.

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Minas e armas não detonadas tornarão Gaza insegura por anos, afirma ONU

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A agência da ONU de Assistência aos Refugiados Palestino, Unrwa, afirmou nesta sexta-feira que a guerra em Gaza deixou 23 milhões de toneladas de escombros e armas não detonadas espalhadas por todo o enclave. 

A agência declarou que “levará anos” até que a Faixa de Gaza se torne segura novamente.

Ameaças explosivas

Na sua última atualização sobre a emergência, o Escritório de Coordenação da Ajuda Humanitária da ONU, Ocha, relatou a violência contínua em grande parte da Faixa de Gaza, particularmente na área de Hamad, em Khan Younis. Segundo a agência, os confrontos estão a causando mais vítimas civis, deslocamentos e destruição de casas.

O Ocha observou que os parceiros responsáveis por ações antiminas estão realizando “avaliações de ameaças explosivas” e educando os habitantes de Gaza sobre os perigos. 

No entanto, as avaliações em larga escala e a resposta a estes riscos têm sido dificultados pelas restrições à importação de suprimentos para a ação antiminas e pelos requisitos de autorização para o envio de pessoal especializado.

O Ocha informou também que apenas 25% das missões de ajuda planejadas em direção ao norte do enclave foram facilitadas pelas autoridades israelenses.

Ocha/Themba Linden

O acesso de entregas humanitárias coordenadas pela ONU ao norte de Gaza tem sido largamente negado nos últimos meses, deixando as pessoas com meios muito limitados para sobreviver

Rota marítima para envio de ajuda

Os esforços para garantir uma nova rota de ajuda marítima de Chipre a Gaza continuaram nesta sexta-feira, à medida que o navio da ONG Open Arms se aproximava da costa de Gaza.

A embarcação, que possui satélites de código aberto, atracou na costa da cidade de Gaza, no norte do enclave, na manhã de sexta-feira, com 200 toneladas de suprimentos de ajuda. Estes itens serão entregues em terra assim que um cais for construído ao sul da Cidade de Gaza, segundo relatos.

A iniciativa envolve a World Central Kitchen, parceira da ONU, e a instituição de caridade de busca e salvamento Open Arms, supostamente em coordenação com as autoridades israelenses e parceiros internacionais.

Combates continuam

O trabalho humanitário da ONU continua em meio a inúmeros bombardeios israelenses e operações terrestres, bem como de intensos combates entre as forças de Israel e os grupos armados palestinos.

As vidas de mais de dois milhões de habitantes de Gaza foram devastadas pelos bombardeios diários israelenses, desde os ataques terroristas liderados pelo Hamas em Israel, em 7 de outubro, que deixaram 1,2 mil mortos e 250 reféns.

Sendo a maior agência de ajuda humanitária em Gaza, a Unrwa continua fornecendo bens e serviços vitais a mais de 1,5 milhão de pessoas deslocadas no sul do enclave. A agência administra abrigos para mais de um milhão de palestinos, proporcionando ajuda humanitária e cuidados de saúde primários.

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