ONU pede que prossiga diálogo para um “cessar-fogo humanitário total” em Gaza

Source: United Nations – in Portuguese

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No quarto dia de interrupção dos combates na Faixa de Gaza, o secretário-geral António Guterres pediu que a ajuda a áreas no enclave prossiga perante o que considera uma “catástrofe humanitária” que piora a cada dia.

António Guterres ressaltou que no período, a ONU intensificou a entrada e o envio de auxílio para algumas áreas do norte que ficaram isoladas por semanas. Ele destaca que a ajuda “mal se compara às enormes necessidades de 1,7 milhões de deslocados” durante as sete semanas de confrontos. 

Libertação imediata e incondicional dos reféns

Para o chefe da ONU, o diálogo que levou ao acordo deve continuar para que resulte num cessar-fogo humanitário total em benefício dos povos de Gaza, de Israel e de toda a região. 

Em nota emitida pelo porta-voz, o secretário-geral reitera ainda a necessidade de libertação imediata e incondicional dos reféns restantes.

Nos termos do entendimento, o Hamas libertou mais 17 reféns perfazendo o total de 58. O Escritório de Assistência Humanitária, Ocha, destacou ainda que desde sexta-feira foram soltos cerca de 117 palestinos que estavam detidos em prisões israelenses.

A comunidade humanitária informou que forneceu água aos moradores do norte da Faixa de Gaza que ficaram sem acesso ao recurso por várias semanas. O Ocha, registrou “filas de quilômetros para obter gás de cozinha” no sul. Os habitantes cozinhavam com caixilhos de janelas e portas. 

© WFP/Ali Jadallah

Palestinos em Gaza recebem ajuda alimentar da ONU. (arquivo)

Pausa humanitária 

De acordo com as agências, a pausa humanitária de quatro dias acordada entre Israel e o Hamas tem sido “em grande parte mantida”.

Um dos objetivos centrais da ação humanitária realizada durante o fim de semana visava reforçar o sistema de saúde. A Organização Mundial de Saúde, OMS, anunciou o transporte de vacinas da Cidade de Gaza para o sul, onde devem ser refrigeradas.

No domingo, um comboio da agência carregou 7,6 mil doses de vacinas para várias doenças do armazém do Ministério da Saúde de Gaza no sul, onde poderia cair em desuso por causa da falta de refrigeração no norte.

O Programa Mundial de Alimentação, PMA, o Ocha e o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, fornecera assistência alimentar essencial ao hospital Al-Ahli na cidade de Gaza e arredores.

Ferimentos de bala, amputações e queimaduras 

A OMS e o Crescente Vermelho Palestino evacuaram pelo menos 17 pacientes e feridos do hospital Al-Ahli  para o Hospital Europeu em Khan Younis, no sul. Entre os pacientes que “sofriam ferimentos de bala, amputações e queimaduras” estavam 11 funcionários dessas entidades.

A Agência da ONU de Assistência aos Refugiados Palestinos, Unrwa, informou que comboios de ajuda transportaram alimentos prontos para consumo para quatro abrigos no campo de Jabalia, no norte de Gaza.

Na operação, ocorrida no domingo, foram transportadas barracas, cobertores e água engarrafada.

© Unicef/Abed Zaqout

Uma criança chora pela perda de um membro da família no Nasser Medical Hospital em Khan Younis

Investigações imediatas, completas e imparciais

Em nota separada, especialistas* da ONU fizeram um apelo por investigações rápidas, transparentes e independentes sobre alegados crimes de guerra e contra a humanidade cometidos em Israel e no Território Palestiniano Ocupado.

O apuramento compreenderia o período desde 7 de outubro. O apelo feito às partes envolvidas no conflito é para que protejam os civis e cumpram suas obrigações ao abrigo do direito internacional.

A recomendação aos investigadores independentes é que “recebam os recursos, o apoio e o acesso necessários para conduzir investigações imediatas, completas e imparciais sobre crimes alegadamente cometidos por todas as partes no conflito.”

Em comunicado emitido em Genebra, os especialistas pedem ainda que Israel, a Autoridade Palestina e autoridades de facto em Gaza cooperem plenamente com as investigações.

Obrigação legal fundamental

Para os peritos, “o dever de investigar crimes de guerra e contra a humanidade, incluindo qualquer ato de execuções sumárias ou extrajudiciais, tortura ou outros ultrajes à dignidade humana, é uma obrigação legal fundamental”.

O grupo fala também de garantias da comunidade internacional de que todos os responsáveis por crimes de guerra e contra a humanidade sejam prontamente levados à justiça, “bem como por quaisquer outros delitos internacionais cometidos no conflito, especialmente pessoas com responsabilidade de comando”.

Os especialistas de direitos humanos são independentes das Nações Unidas e não recebem salário pelo seu trabalho.

MIL OSI

Egito: Banco Africano de Desenvolvimento aprova 131 milhões de dólares para promover o desenvolvimento do setor privado e a diversificação económica

MIL OSIABIDJAN, Costa do Marfim, 27 de november 2023/APO Group/ —

Financiamento

  • Designação do programa: Programa de Apoio ao Desenvolvimento do Setor Privado e à Diversificação Económica – Fase I (PSD-EDSP I)
  • Montante total: 131 milhões de dólares

Contexto

Confrontado com choques externos significativos nos últimos anos, o Egito envidou esforços substanciais para atenuar os impactos da pandemia de COVID-19 e do conflito entre a Rússia e a Ucrânia na economia nacional e preservar a resiliência. Depois de enfrentar estes choques através de medidas de emergência que beneficiaram as comunidades vulneráveis, o governo comprometeu-se firmemente a aplicar medidas adequadas a médio e longo prazo para construir uma economia resiliente através do desenvolvimento do setor privado, da diversificação económica e da transição ecológica.

O programa apoia os esforços do governo egípcio através de uma sólida matriz de reforma pública para facilitar o aumento do desenvolvimento do setor privado, melhorando o ambiente empresarial e diversificando as fontes de crescimento verde.

Objetivos específicos do programa

  • Contribuir para melhorar o ambiente empresarial, acrescentando novos incentivos aos investidores do setor privado e reduzindo os atrasos na obtenção de licenças de investimento.
  • Reforçar o quadro da concorrência e da justiça comercial.
  • Promover os principais setores produtivos, incluindo a indústria transformadora e a agroindústria.
  • Apoiar a transição ecológica, atribuindo os terrenos necessários aos investimentos em energias renováveis e promovendo o hidrogénio verde.

Beneficiários

  • Beneficiários diretos: Estado egípcio, indústrias privadas e operadores do setor agroindustrial.
  • Beneficiários indiretos: PME locais, especialmente empresas detidas por mulheres.

Resultados esperados

Ao promover o desenvolvimento do setor privado e apoiar a diversificação económica e a transição ecológica, o DSP-EDSP I irá:

  • Aumentar o investimento privado, de 3,3% do PIB em 2021/22, para 4,3% em 2024/25.
  • Reduzir o tempo de processamento das licenças comerciais, de 28 dias em 2022, para 10 dias em 2025.
  • Aumentar o valor da indústria transformadora, de 14,2% do PIB em 2021, para 17% em 2025.
  • Aumentar a área de terras estatais dedicadas a investimentos em energias renováveis em até 30 000 quilómetros quadrados até 2025.

Confrontos deslocam 450 mil pessoas em seis semanas na RD Congo

Source: United Nations – in Portuguese

Headline: Confrontos deslocam 450 mil pessoas em seis semanas na RD Congo

Agências humanitárias estão aumentando a ajuda durante a escalada de violência no leste da República Democrática do Congo, RD Congo. O alerta é da agência de refugiados da ONU, Acnur, e do Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef.

Segundo as entidades, conflitos violentos entre grupos armados não estatais e forças governamentais deslocaram mais de 450 mil pessoas nas últimas seis semanas nos territórios de Rutshuru e Masisi, na província de Kivu do Norte.

Padrão preocupante de abuso

Pessoas que chegaram à cidade de Sake, perto da capital provincial de Goma, falaram sobre dificuldades como arriscar a vida para alimentar crianças e mulheres relatando serem vítimas de estupro quando saem para coletar lenha.

O Acnur disse que seu monitoramento na região mostrou mais de 3 mil violações de direitos humanos relatadas em outubro, quase o dobro do número do mês anterior.

A agência afirma que estupro e assassinatos arbitrários são proeminentes nesses resultados, juntamente com casos de sequestro, extorsão e destruição de propriedades, num “padrão preocupante de abuso” infligido às populações civis.

Acnur/Blaise Sanyila

Mulheres deslocadas esperam para receber assistência monetária em Kivu do Norte, República Democrática do Congo

Bloqueio de estradas principais

Para as agências da ONU, a gravidade da crise é ainda mais exacerbada pelo acesso humanitário limitado para pessoas em extrema necessidade, principalmente devido ao bloqueio de rotas principais. Cerca de 200 mil deslocados não têm acesso à ajuda.

A interrupção também aumenta a vulnerabilidade das populações em movimento, que ficam sem recursos essenciais e nem proteção.

Embora o Acnur tenha construído abrigos nos últimos meses para mais de 40 mil pessoas perto de Goma e distribuído mais de 30 mil kits com lonas, panelas e cobertores, os parceiros enfatizam que mais ações são necessárias para garantir que os quase 7 milhões de pessoas afetadas pelo conflito recebam ajuda urgente.

Falta de financiamento humanitário

Parceiros da ONU e grupos humanitários estão aumentando os esforços para lidar com as necessidades urgentes decorrentes do superlotamento e abrigos inadequados, com acesso limitado a alimentos e água limpa.

Desde junho de 2023, o Unicef levou ajuda a quase 700 mil pessoas, incluindo água limpa e saneamento, proteção infantil, itens não alimentares, saúde, nutrição e educação.

Junto com o Acnur, a agência fez um apelo urgente pelo fim da violência e destacou seu compromisso em aliviar o sofrimento dos afetados pela crise.

No entanto, as duas entidades ressaltaram que a comunidade internacional deve agir rapidamente e generosamente, observando que um plano de resposta humanitária de US$ 2,3 bilhões para o país este ano recebeu apenas 37% de financiamento.

MIL OSI

Busca de educação e dados para conter o racismo junta especialistas lusófonas

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Headline: Busca de educação e dados para conter o racismo junta especialistas lusófonas

Promover o reconhecimento, a justiça e o desenvolvimento são metas da Década Internacional dos Afrodescendentes observada até 2024 pelas Nações Unidas. A organização realiza um programa de bolsas sobre estas questões em Genebra. 

A brasileira Dandara Oliveira de Paula e a portuguesa Ackssana Silva participam na iniciativa de especialização com foco em organizações internacionais. Elas defendem que continue o investimento e ações para combater o racismo estrutural, a exclusão e outras limitações vividas pelos afrodescendentes.

Promover e proteger os direitos humanos 

A ONU incentiva ações em nível nacional, regional e global no Programa de Atividades da Década Internacional de Afrodescendentes. O período foi instituído pela Assembleia Geral para promover e proteger direitos humanos do grupo. 

Do Brasil, a especialista de Advocacia e Raça, Dandara Oliveira de Paula, vê um momento para incentivar a educação antiracial de forma ímpar. Ela crê que um contato mais próximo com os afetados traria mais benefícios em nível global.

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“Multiplicar isso dentro do meu trabalho organizado e entender como que eu posso fortalecer a agenda de educação antirracista dentro dos mecanismos internacionais. Então, por exemplo, como que eu posso influenciar a nova Declaração dos Afrodescendentes a conter essa perspectiva, mas também voltar para a minha comunidade, para os espaços que eu sei que frequento, levando esse conhecimento, fazendo formação mesmo com juventude, com as organizações aliadas do projeto, à ActionAid e a outras. Em me coloco à disposição pra repassar esse conhecimento.”

A brasileira sugere que entidades multilaterais tenham mais acesso às realidades dos territórios e acompanhem a experiencia da população afrodescendente que deve ser levada aos mecanismos globais.

200 milhões de pessoas

O Brasil tem uma grande proporção da população negra das Américas, região onde cerca de 200 milhões de pessoas se identificam como afrodescendentes. 

Na Europa, Portugal é um dos países que acolhe centenas de milhares de pessoas de ascendência africana. Mas a socióloga e assessora política Ackssana Silva diz faltar ação e dados sobre etnia e raça para melhor conhecer o grupo da população.

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“Primeiramente, a reconhecer as pessoas negras, enquanto cidadãs, e procurar conhecer qual é a composição para podermos pensar políticas públicas. E este fellow está a ser bastante importante dando-me ferramentas internacionais e experiências que há em outros países que estão a participar, de poder agregar e de podermos conceber políticas públicas e de conhecimento das pessoas negras, reconhecendo que elas estão em desigualdade, em desvantagem, no acesso à habitação, à saúde e ao ensino.”

Declaração Universal dos Direitos Humanos

A especialista portuguesa destacou que a Década dos Afrodescendentes tem aumentado a visibilidade das ações realizadas para enfrentar o racismo.

Com a proclamação do período, a ONU espera apoiar iniciativas em favor das liberdades fundamentais dos afrodescendentes, como prevê a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que completa 75 anos em 2023.

As ações durante a década incluem promover o patrimônio diversificado dos afrodescendentes, a cultura e a contribuição para o desenvolvimento das sociedades. 

Unsplash/Thomas de Luze

*Com reportagem de Gustavo Barreto, de Genebra.

MIL OSI

ONU confirma mais entrada de ajuda em Gaza no segundo dia da trégua

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Headline: ONU confirma mais entrada de ajuda em Gaza no segundo dia da trégua

O Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU, Ocha, confirmou que 61 caminhões de ajuda foram entregues neste sábado ao norte de Gaza, o maior número desde 7 de outubro. 

O comboio transportou comida, água e suprimentos médicos de emergência.

Esforço de múltiplas partes

Para apoiar as evacuações médicas, 11 ambulâncias, três ônibus e uma plataforma foram entregues ao hospital Al Shifa.

Também no sábado, outros 200 caminhões foram despachados de Nitzana, tendo 187 deles entrado com sucesso em Gaza até às 19h00, hora local.

Além disso, segundo o Ocha, 129 mil litros de combustível chegaram ao enclave.

A agência afirmou que nenhuma destas entregas teria sido possível sem as ações das Sociedades do Crescente Vermelho Palestino e Egípcio.

Libertação de reféns e detidos

Em comunicado para a imprensa, o Ocha afirmou que quanto mais durar a pausa, mais ajuda as agências humanitárias poderão enviar para Gaza através dela.

O órgão humanitário da ONU também saudou a libertação de mais reféns no sábado e renovou o apelo à libertação imediata e incondicional de todos os reféns.

O comunicado da agência cita ainda o “alívio para famílias e entes queridos” dos detidos palestinos que estão sendo libertados.

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Dia Mundial dos Transportes Sustentáveis realça desafios de gerações futuras

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Headline: Dia Mundial dos Transportes Sustentáveis realça desafios de gerações futuras

Os transportes são vitais para promover a conectividade, o comércio, o crescimento econômico e o emprego, mas também uma fonte significativa de emissões de gases do efeito estufa. 

Neste 26 de novembro, o Dia Mundial do Transporte Sustentável promove soluções de mobilidade que minimizem os impactos ambientais. O objetivo é beneficiar as gerações atuais e futuras com meios seguros, acessíveis, eficientes e resilientes.

Acelerador de progressos

De acordo com a ONU, além de fornecer serviços e infraestruturas para a mobilidade de pessoas e mercadorias, os transportes sustentáveis ​​são um acelerador, que pode avançar o progresso rumo a outros objetivos cruciais.

Dentre eles estão a erradicação da pobreza em todas as suas dimensões, a redução da desigualdade e o combate às alterações climáticas.

Ao declarar a data, a Assembleia Geral da ONU observou também a importância da cooperação no reforço da conectividade dos transportes através de um sistema intermodal integrado. 

Foco em infraestrutura e conectividade

O órgão da ONU incentiva a construção de infraestruturas que minimizem o consumo de energia, terra e outros recursos, com foco em gerar menos emissões de gases do efeito estufa, que destroem a camada de ozônio e outros poluentes.

A Assembleia Geral convidou as partes interessadas a assinalar o Dia Mundial dos Transportes Sustentáveis ​​através da educação e da realização de eventos destinados a aumentar o conhecimento do público sobre o tema.

Em particular, a data enfatiza a importância de melhorar a conectividade do transporte intermodal, promover transportes ecológicos, desenvolver infraestruturas de transporte socialmente inclusivas e outros aspectos da sustentabilidade do setor.

MIL OSI

89 mil mulheres e meninas foram vítimas de homicídio em 2022

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Headline: 89 mil mulheres e meninas foram vítimas de homicídio em 2022

Cerca de 89 mil mulheres e meninas foram intencionalmente assassinadas em 2022 em todo o mundo. O dado é de uma nova pesquisa do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime, Unodc, e ONU Mulheres.

O levantamento, lançado junto ao Dia Internacional para Eliminação da Violência contra as Mulheres, alerta que o número representa o maior registro anual dos últimos 20 anos. As Nações Unidas marcam a data neste 25 de novembro.

Milênios de patriarcado

A informação disponível sobre o último ano sugere que o aumento nos homicídios de mulheres ocorreu apesar de uma diminuição no número total do crime. 

Em mensagem para a data, o secretário-geral da ONU, António Guterres, afirma que a violência contra as mulheres é uma terrível violação dos direitos humanos, uma crise de saúde pública e um grande obstáculo para o desenvolvimento sustentável.

Ele alerta que o problema é “persistente, disseminado e está piorando”. Para o chefe da ONU, a violência de gênero está “enraizada na injustiça estrutural, solidificada por milênios de patriarcado”.

UN Women/Alfredo Guerrero

Etiquetas com os nomes das vítimas de feminicídio, além do termo ‘desconhecida’, representam as vítimas de feminicídio em uma exposição no México. (arquivo)

Violência dentro de casa

O estudo do Unodc e ONU Mulheres revela que 45% dos casos de homicídios de mulheres são cometidos por familiares ou parceiros íntimos, destacando a realidade perturbadora de que o lar está longe de ser um local seguro para mulheres e meninas. 

Em média, mais de 133 mulheres ou meninas foram mortas todos os dias por alguém em sua própria casa. Em contraste, 12% dos homicídios de homens são cometidos em casa.

Segundo as agências da ONU, a verdadeira dimensão do feminicídio pode ser muito maior, pois informações sobre motivações relacionadas ao gênero são insuficientes em aproximadamente quatro em cada 10 homicídios de mulheres.

Investimento na proteção de mulheres e meninas

A diretora executiva do Unodc, Ghada Waly, avalia que o número alarmante de feminicídios é um lembrete de que a humanidade ainda está lidando com desigualdades profundamente enraizadas e violência contra mulheres e meninas.

Para ela, cada vida perdida é “um pedido para abordar urgentemente as desigualdades estruturais, melhorar as respostas da justiça criminal, para que nenhuma mulher ou menina tema por sua vida por causa de seu gênero”.

António Guterres afirma que com o tema da campanha do Dia Internacional para Eliminação da Violência contra as Mulheres, “Investir para Prevenir a Violência contra Mulheres e Meninas”, a data faz um convite por mais ação.

O chefe da ONU acredita que legislações e políticas abrangentes que fortaleçam a proteção dos direitos das mulheres precisam de mais apoio, bem como prevenção e apoio às organizações de direitos das mulheres precisam de mais investimento.

Ghada Waly adiciona que os governos devem investir em instituições mais inclusivas e bem equipadas para acabar com a impunidade, fortalecer a prevenção e ajudar as vítimas, desde para acabar com a violência “antes que seja tarde demais”.

Dados regionais

Mulheres e meninas em todas as regiões enfrentam essa violência de gênero. Pela primeira vez desde que o Unodc começou a publicar estimativas regionais em 2013, a África superou a Ásia em 2022 como a região com o maior número de vítimas totais. 

A África também testemunhou o maior número de vítimas em relação ao tamanho de sua população feminina; são 2,8 vítimas por 100 mil mulheres. As estimativas estejam sujeitas a incertezas devido à disponibilidade limitada de dados.

Os casos de feminicídio cometidos por parceiros íntimos ou familiares na América do Norte aumentaram 29% entre 2017 e 2022, em parte devido a práticas de registro aprimoradas. 

Tais assassinatos também aumentaram no Caribe em 8% no mesmo período, enquanto diminuíram na América Central e do Sul em 10% e 8%, respectivamente. 

A Europa também experimentou uma redução média de 21% nesta categoria de feminicídios desde 2010.

Estimar essas tendências ao longo do tempo não é possível na África, Ásia e Oceania devido à disponibilidade limitada de dados.

MIL OSI

Relatora da ONU pede mais proteção para deslocados em Moçambique

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Headline: Relatora da ONU pede mais proteção para deslocados em Moçambique

Durante 13 dias a relatora especial da ONU sobre os direitos humanos dos deslocadas internos, Paula Gaviria Betancur, esteve em Moçambique onde se deslocou ao norte do país. 

Na segunda-feira, a especialista falou de encontros com membros do governo e interlocutores das áreas de proteção, assistência e soluções duradouras para os deslocados internos.

Retorno as zonas de origem

No fim da visita, Paula Betancur, disse ter conversado com deslocados internos e notou a falta de recursos para a população que retornam às zonas de origem. Ela falou de narrativas relacionadas com a violência baseada no gênero. 

Para Betancur, as populações pretendem voltar para casa, mas em alguns casos persiste a insegurança. Ele pediu mais garantias de segurança e contou que as comunidades querem ser autossustentáveis através da pratica agricultura.

Ela disse ter registrado o desejo dos deslocados de não  continuarem a depender da ajuda humanitária e pedidos de ferramentas para trabalhar.

A especialista assinalou relatos sobre troca do sexo por comida, como parte dos abusos que serão consideradas na  elaboração do relatório final a ser apresentado ao Conselho dos Direitos Humanos em junho de 2024.

De Maputo para ONU News, Ouri Pota 

MIL OSI

OMS avalia aumento de doenças respiratórias entre crianças no norte da China

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Headline: OMS avalia aumento de doenças respiratórias entre crianças no norte da China

Desde meados de outubro de 2023, a Organização Mundial da Saúde, OMS, monitora dados de sistemas de vigilância que mostram um aumento de doenças respiratórias em crianças no norte da China.

Em 13 de novembro de 2023, a Comissão Nacional de Saúde da China informou sobre um aumento nacional na incidência de doenças respiratórias, afetando predominantemente crianças. 

Pedido de informações

As autoridades chinesas atribuíram este aumento ao fim das restrições da Covid-19, à chegada da estação fria e devido à circulação de patógenos conhecidos.

Nesta quarta-feira, a OMS identificou relatos sobre grupos de pneumonia não diagnosticada em hospitais infantis em Pequim, Liaoning e outros lugares da China.

Por meio do mecanismo do Regulamento Sanitário Internacional, a OMS fez um pedido oficial à China para fornecer informações epidemiológicas e clínicas adicionais. A agência pediu dados sobre resultados laboratoriais desses casos e tendências recentes de patógenos respiratórios circulantes. 

Na quinta-feira, as autoridades chinesas informaram que não houve detecção de nenhum patógeno novo, nem apresentações clínicas incomuns, incluindo em Pequim e Liaoning. 

Aumento de casos de pneumonia desde maio

Em comunicação com a OMS, o Centro Chinês de Controle e Prevenção de Doenças indicou um aumento nas consultas ambulatoriais e internações hospitalares de crianças por causa da pneumonia desde maio.

Alguns desses aumentos estão ocorrendo mais cedo do que o que vinha sendo observado, mas não são inesperados dado o fim das restrições da Covid-19, como experimentado de forma semelhante em outros países. Nenhuma alteração na apresentação da doença foi relatada pelas autoridades de saúde chinesas.

O órgão afirmou ainda que houve aumento geral de doenças respiratórias devido a múltiplos patógenos conhecidos. De acordo com as autoridades de saúde, o incremento dos agravos respiratórios não resultou em cargas de pacientes excedendo a capacidade hospitalar.

Recomendações da OMS

A OMS está monitorando de perto a situação e está em contato próximo com as autoridades nacionais da China A agência informou que continuará fornecendo atualizações sempre que for necessário.

Desde meados de outubro, o país implementou diz ter aprimorado os sistemas de vigilância para doenças respiratórias cobrindo um amplo espectro de vírus e bactérias respiratórias, incluindo a mycoplasma pneumoniae.

Com base nas informações disponíveis, a OMS recomenda que as pessoas na China sigam medidas para reduzir o risco de doenças respiratórias.

Elas incluem vacinas recomendadas contra gripe, Covid-19 e outros patógenos respiratórios, manter distância de pessoas doentes, ficar em casa quando doente, usar máscaras quando necessário, garantir boa ventilação e lavar regularmente as mãos.

MIL OSI

Agências expressam esperança com trégua para auxílio humanitário em Gaza

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Headline: Agências expressam esperança com trégua para auxílio humanitário em Gaza

Com o início da pausa de quatro dias nos combates, caminhões com suprimentos de ajuda estão entrando em Gaza pela passagem de Rafah, vindos do Egito, nesta sexta-feira. Os trabalhadores humanitários da ONU reforçam o apelo para que todas as partes do enclave possam ser acessados.

Segundo dados, a violência já deixou cerca de 15 mil mortos em Gaza e muitas das pessoas deslocadas estão dormindo nas ruas. O porta-voz do Escritório de Assuntos Humanitários da ONU, Jens Laerke, disse que a esperança em relação ao acordo entre Israel e Hamas é “que a pausa seja respeitada”.

© WFP/Ali Jadallah

Palestinos em Gaza recebem ajuda alimentar da ONU. (arquivo)

Cessação humanitária mais longa

O porta-voz adiciona que a expectativa é que o período possibilite as equipes a alcançar as pessoas que precisam e que “se estenda para uma verdadeira cessação humanitária a longo prazo”. 

O acordo, facilitado pelo Egito, Catar e Estados Unidos, prevê a libertação dos reféns levados durante o ataque do Hamas em Israel em 7 de outubro, bem como de detentos palestinos de prisões israelenses.

O Ocha considera a “situação volátil e intensa” que se desenrola nas primeiras horas da trégua, destacando que o processo de socorro é longo e boa parte está além do controle da ONU e diz respeito à verificação dos comboios.

A agência destacou a necessidade de acesso ao norte de Gaza “onde os danos e as necessidades humanitárias são maiores” e que tem sido há muito tempo isolado do recebimento de ajuda por operações militares israelenses.

Mais evacuações hospitalares planejadas

Com esperanças de que a pausa se estenda para uma cessação contínua, o porta-voz da Organização Mundial da Saúde, Christian Lindmeier, enftatizou a situação de pacientes e trabalhadores da saúde nos hospitais do norte de Gaza. Ele disse que há planejamento e esforço para evacuações adicionais, principalmente dos hospitais Indonésia e Al-Ahli.

Na quarta-feira, agências da ONU e a Sociedade do Crescente Vermelho da Palestina, evacuaram 151 feridos e doentes, seus familiares e trabalhadores médicos do hospital Al-Shifa, na Cidade de Gaza. 

Eles foram transportados em um comboio de ambulâncias e ônibus para o sul. Lindmeier disse que a OMS está “extremamente preocupada com a segurança dos aproximadamente 100 pacientes e trabalhadores da saúde” remanescentes no hospital.

De 24 hospitais em operação no norte antes da guerra, 22 estão fora de serviço ou incapazes de admitir novos pacientes, enquanto dos 11 estabelecimentos médicos no sul, oito estão funcionais. A OMS disse que, desses, apenas um tem capacidade para tratar casos críticos de trauma ou realizar cirurgias complexas.

Unicef/Ayad El Eyad

Pessoas fazem fila em frente a uma padaria em Gaza

Combustível para operações de resgate

Antes do início da trégua, o Ocha observou um aumento nos bombardeios e confrontos, afirmando que os ataques israelenses se intensificaram em grande parte de Gaza. O escritório da ONU também reportou batalhas terrestres com grupos armados palestinos no norte, em particular em Jabalia.

Com o número de mortes no enclave ultrapassando 14,8 mil até a noite de quinta-feira, segundo as autoridades de Gaza, citado pelo Ocha, estima-se que milhares de pessoas estejam presas sob os escombros de suas casas.

Jens Laerke insistiu que é necessário mais combustível na Faixa de Gaza para “operar máquinas para retirar pessoas dos escombros”. 

O Ocha informou que 75 mil litros de combustível entraram em Gaza do Egito na quinta-feira, seguindo uma decisão de Israel de 18 de novembro de “permitir a entrada diária de pequenas quantidades de combustível para operações humanitárias essenciais”. O Escritório da ONU disse na semana passada que eram necessários cerca de 200 mil litros de combustível por dia.

Mínimo necessário

Estima-se que mais de 1,7 milhão de pessoas em Gaza estejam deslocadas internamente e cerca de 1 milhão delas estejam em mais de 150 abrigos da Unrwa por toda a Faixa.

Os abrigos no sul, onde as pessoas foram forçadas a fugir pelas operações militares israelenses, estão além da capacidade. O Ocha disse que a maioria dos homens deslocados e meninos mais velhos está dormindo ao ar livre.

Em comunicado na quinta-feira, o chefe da Unrwa, Philippe Lazzarini, enfatizou que as pessoas em Gaza “merecem dormir sem preocupações se vão passar pela noite” no que considera “o mínimo necessário que qualquer pessoa deveria poder ter”.

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